Monday, May 08, 2006

Em primeiro lugar, o palhaço não é um animador de festa infantil, embora ele possa também fazer isso. Um palhaço pode fazer tudo: a questão não é o que ele pode fazer, e sim COMO ele pode fazer aquilo que já é feito. Como, comer, comida, comendo, como pode um peixe vivo.

Em segundo lugar o palhaço é um ser afetivo no sentido de suas emoções estarem à flor da pele, em conexão – ele não é autista, ele sente e manifesta isso de forma exagerada por vezes - o que cria uma estranha impressão de que ele é todo amor; mas ser amoroso não tem nada a ver com suprir a demanda afetiva ou de atenção do outro;

Em terceiro, cuidado e escuta são estados de percepção do palhaço que não necessariamente precisam se converter em manifestações de amor. Estar em escuta e manifestar um ato é ligado a impulsos internos específicos que nem sempre levarão a uma manifestação de afeto; e há que cuidar isso nos palhaços, pois para manipular a aceitação e o olhar do outro muitas vezes é fácil cair na emoção barata (vendida para a demanda afetiva do outro). Estar junto e ser cúmplice não significa agradar.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home